GASTROENTERITE

Tanto crianças quanto adultos são afetados igualmente. As crianças acabam sofrendo mais, porque são dependentes de um adulto para cuidar delas e, às vezes, elas não sabem dizer ao certo o que estão sentindo. Como se trata de alimentação, qualquer pessoa que come aquele alimento, independentemente da idade, está sob o risco de ter gastroenterite.

É uma doença infecciosa que pode ser transmitida por meio de bactérias ou vírus. Ela pode ser causada pela própria bactéria ou pelo vírus ou então por toxinas que a bactéria possa produzir e que ficam no alimento. É uma doença que pode ter várias causas diferentes. 

Os sintomas principais são náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia, que pode ser muito volumosa ou não. Tem paciente que só tem diarreia, outros têm os dois sintomas e acabam ficando mais grave. Sinais de gravidade nesses casos são pessoas que vomitam incontrolavelmente ou que tenham uma diarreia tão volumosa que a pessoa relata sinais de fraqueza. 

O único jeito de prevenir é evitar fazer uso de alimentos e líquidos que você não saiba a origem. Cuidado com alimentos vendidos na praia. Nada contra os vendedores, mas o calor forte que tem feito na Grande Vitória nas últimas semanas não permite que os alimentos vendidos por ambulantes fiquem sob conservação adequada. Às vezes, o alimento está ali rodando desde as 7h da manhã até as 16h. É impossível que esse alimento desde a manhã esteja em boa condição para ser consumido no final da tarde. Evitar o consumo, principalmente, de camarão, maionese, torta de frango e empadas, porque são alimentos que se deterioram com mais facilidade.

Tem que tomar cuidado também com os alimentos mais naturais, como o milho. Alguns carrinhos têm a fonte de calor que mantém a água fervendo por bastante tempo, mas há bactérias que possuem toxinas que chamamos de termoestáveis, ou seja, não adianta você ferver e botar em alta temperatura que a toxina vai continuar ali. Então, o milho não é o alimento mais seguro mesmo. 

Se você for se alimentar na praia, o ideal é levar alimentos de casa (frutas, água) e tudo acondicionado em bolsas térmicas com gelo, porque não adianta colocar só na bolsa térmica e não colocar uma fonte de gelo.

Fique atento também com os carrinhos de cachorro-quente, onde muitas pessoas acabam se servindo, e em restaurantes. Às vezes, as pessoas usam bandejas de self-service e conversam em cima da bandeja e da comida. Por exemplo: em dias de muito calor, não é adequado que você frequente um self-service depois das 13h, porque muito provavelmente desde as 11h aquela comida está exposta ali, já passaram, conversaram em cima do alimento, colocaram as mãos nos talheres, talheres já caíram na comida... E aquela comida pode estar contaminada. Não tem como garantir a qualidade daquele alimento depois das 14h num calor como tem feito nos últimos dias. 

A gastroenterite, como é uma doença que pode ser viral ou bacteriana, também é transmitida por contato e não só pelo alimento. A saliva das pessoas que estão com gastroenterite, se a origem for viral, ou a própria pessoa que está com diarreia, vai ao banheiro e não higieniza corretamente as mãos, ela pode retransmitir a doença que ela está para outras pessoas da casa por meio do contato com as mãos sujas e contaminadas.

O recomendado é lavar as mãos o tempo todo com água e sabão. Não adianta só utilizar o álcool em gel. Existem micro-organismos que causam diarreia que o álcool gel não elimina. Você precisa lavar as mãos com água e sabão. Todas as vezes que for ao banheiro, que cuidar da criança e trocar fralda tem que higienizar imediatamente as mãos com água e sabão. 

O ideal é não mandar a criança para a escola quando ela está com gastroenterite porque ela não está adequadamente bem para poder frequentar o colégio. Vale lembrar que é uma doença que pode piorar muito ao longo do dia. Uma criança que está bem agora e não está conseguindo se alimentar direito, ela não vai conseguir se hidratar corretamente e pode desidratar nesse período e piorar o quadro. Crianças com gastroenterite não devem ir para a escola de jeito nenhum. O segundo motivo é que elas podem transmitir a doença para os colegas que estão na sala com ela.